A revolução dos motores elétricos: evolução acelerada em oito anos

Renault Zoe com facelift: lançado em 2019 na Europa, o primeiro carro elétrico trazido pela marca francesa ao Brasil trazia um motor com 136 cv de potência e 25 kgfm de torque. Foto: Divulgação/Renault

A indústria automotiva está passando por uma transformação sem precedentes, especialmente no que diz respeito aos motores elétricos. Em um período de apenas oito anos, os motores elétricos estão evoluindo a uma velocidade que os motores a combustão levaram décadas para alcançar. A Renault é um exemplo claro dessa revolução, com planos ambiciosos para 2027.

Evolução dos motores elétricos da Renault

Renault 5 E-Tech: com lançamento previsto para o fim deste ano no Velho Continente, o hatchback elétrico tem 150 cv e 25 kgfm de torque. Foto: Divulgação/Renault

Em 2019, a Renault lançou o Zoe, seu primeiro carro elétrico no Brasil, equipado com um motor de 136 cv e 25 kgfm de torque. Em 2023, a marca francesa apresentou o Renault 5 E-Tech, um hatchback elétrico com 150 cv e o mesmo torque de 25 kgfm. Embora a ficha técnica mostre apenas uma pequena diferença de potência, a evolução tecnológica entre os dois modelos é significativa.

Investimento em tecnologia

Fábrica da Renault em Cléon, na Normandia, onde são produzidos os motores elétricos. Foto: Divulgação/Renault

A Renault investiu 620 milhões de euros (aproximadamente R$ 3,7 bilhões) na modernização de sua fábrica em Cléon, na Normandia, transformando-a em um polo de produção de motores elétricos. A planta agora possui uma linha dedicada exclusivamente à produção de motores elétricos, abastecendo todos os veículos a bateria da marca, incluindo os que vêm para o Brasil.

Comparação de motores

Comparação entre os motores elétricos 5AX, 6AM e 6AK da Renault. Foto: Divulgação/Renault

Na fábrica de Cléon, são produzidos três diferentes motores elétricos: o 5AX, utilizado no antigo Zoe e no Kangoo EV; o 6AM, de 220 cv e 30,6 kgfm, que equipa o Mégane E-Tech; e o 6AK, que fará sua estreia no Renault 5. A diferença de tamanho e peso entre esses motores é notável. O motor do Zoe pesa 150 kg, enquanto o do Renault 5 pesa apenas 80 kg. A variante 6AM pesa um pouco mais de 100 kg.

Avanços tecnológicos

Componentes internos de um motor elétrico da Renault. Foto: Divulgação/Renault

Os motores elétricos da Renault passaram por enormes transformações nos últimos anos. Componentes como rotor, estator, reversor, inversor e caixa de potência tiveram suas dimensões drasticamente reduzidas. Um dos principais avanços está nos pólos magnéticos, que aumentaram de quatro para oito, permitindo um melhor aproveitamento da energia.

Impacto de peso na autonomia

Comparação da autonomia entre diferentes modelos de veículos elétricos. Foto: Divulgação/Renault

Cada quilograma de peso aliviado em um veículo elétrico se converte em cerca de 1 km extra de alcance. Por exemplo, o Peugeot 208 e-GT tem 362 km de alcance no Inmetro, enquanto o e-2008, com o mesmo conjunto motriz mas 100 kg mais pesado, tem apenas 234 km.

Motores síncronos sem imãs permanentes

Os motores elétricos da Renault são síncronos, mas não utilizam ímãs permanentes. Em vez disso, utilizam rotores bobinados, uma tecnologia conhecida como EESM (máquina síncrona eletricamente estimulada). Esta abordagem evita a dependência da China para a produção de ímãs.

Futuro promissor

Visão do futuro dos motores elétricos com a nova geração EA7. Foto: Divulgação/Renault

A Ampère, divisão da Renault para tecnologias voltadas a veículos elétricos, promete lançar em 2027 uma nova geração de motor elétrico chamada EA7, em parceria com a Valeo. Este motor terá 200 kW (272 cv), o dobro da potência do motor do Zoe, e será ainda mais leve e compacto. A eficiência energética também será aumentada em 10% a 15%.

Conclusão

Evolução acelerada dos motores elétricos em comparação com os motores a combustão. Foto: Divulgação/Renault

A evolução dos motores elétricos está ocorrendo a uma velocidade impressionante. Em apenas oito anos, a Renault promete dobrar a potência de seus motores elétricos e reduzir seu tamanho e peso pela metade. Esta rápida evolução é um testemunho do potencial das tecnologias elétricas para transformar a indústria automotiva, oferecendo soluções mais eficientes e sustentáveis para o futuro.

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