O Estado do Rio de Janeiro é um dos principais responsáveis pela exploração de petróleo. Além da capital fluminense, Niterói e Maricá se destacam no quesito, mas parece que ambas as cidades compreenderam as consequências de construir uma espécie de balança moral. Maricá, por exemplo, é o município que mais arrecadou royalties do petróleo no Brasil em 2021.
Em contraponto, a cidade usou os cerca de R$ 10 milhões para atualizar sua frota de ônibus elétricos, que hoje conta com 125 unidades circulando pela região. Aos poucos, o objetivo é substituir todos os ônibus que funcionam com base em combustíveis fósseis e poluentes para um sistema de transporte público 100% sustentável.
A medida, que chamou bastante a atenção nas últimas semanas, parece ser uma saída responsável, algo que o Secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Igor Sardinha, afirma: “Nós usamos dinheiro oriundo de uma matriz poluente para estruturar a economia do futuro”.
O protótipo está circulando pela cidade
Outro passo bastante audacioso é o projeto desenvolvido em parceria com a prefeitura de Maricá com a Coppe/UFRJ, que possui um protótipo de ônibus elétrico produzido por ela mesma. Com o investimento da prefeitura, será possível imaginá-lo de fato rodando pelas ruas da cidade. Porém, por enquanto há três modelos de protótipos em estudo: um 100% elétrico, um híbrido de eletricidade e hidrogênio, e um híbrido de eletricidade e etanol.
Até 2038, a cidade de Maricá quer toda a sua frota composta por ônibus elétricos, algo que pareceria coisa de ficção científica, mas que se torna cada vez mais próximo da realidade em consequência às ações de sustentabilidade promovidas por seus governantes, um exemplo – ou melhor, uma exceção ao Brasil em tempos de desestímulos industriais e negligências ao futuro do próprio país.
