O Gurgel Itaipu é um dos responsáveis por abrir diversos caminhos pelos quais os carros elétricos passam até hoje. Porém, apesar de ter sido um projeto inovador e, definitivamente, ousado para a sua época, o modelo sofreu por questões que perduram até hoje para boa parte das montadoras, como peso, recarga e autonomia. Felizmente, há audaciosos como ele que abrem caminho para que outros façam melhor.
Isso porque o Itaipu contava com singelos 4,2 cv de potência, ou o equivalente a 3,2 kW de força. Mesmo pesando apenas 420 kg, sendo apenas 100 kg do veículo e o restante das baterias, não havia força para se mover com a destreza que o fim dos anos 1960 já demandava de da frota vista nas ruas. Quando foi de fato apresentado como protótipo, no Salão do Automóvel de 1974, o modelo ganhou tal nome em homenagem à Usina Hidrelétrica de Itaipu, que estava em construção.
O modelo é lembrado até hoje
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, o idealizador da marca que carregou seu sobrenome e o responsável pela empreitada, garantiu que seu modelo elétrico, batizado como Itaipu E150, chegava a 30 km/h, o que mais combinou com o protótipo em andamento, e não com uma peça planejada e feita para rodar as ruas das grandes cidades.
O Gurgel Itaipu foi um lance de sorte? De jeito nenhum. Foi trabalho e pesquisa em estados puros, com cada objetivo trazido à tona em um modelo que, mesmo com todos os defeitos, fez a diferença ao chamar a atenção para a sustentabilidade em uma época na qual o mundo sequer dava muita chance ao assunto, quiçá o Brasil. Hoje, lembrar do Gurgel Itaipu é uma forma de avaliar o que foi feito, o que foi evoluído e o que precisa chegar aos novos tempos.