Postos de carregamento de veículos elétricos chegam no Brasil

Diversas marcas prometeram, mas a promessa tem sido mais desafiadora do que parece: implantação de pontos de carregamento de veículos elétricos já é uma realidade para o Brasil, mas chega tarde na onda de trazer as boas práticas da Europa. De acordo com a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), atualmente há cerca de 1250 pontos de recarga espalhados por todo o país. Por ter dimensões continentais, ainda é muito pouco.

Nas últimas semanas, diversas notícias positivas chegaram ao público, dentre elas a de que há condomínios criando pontos de recargas para seus moradores. A partir de iniciativas como essas, é possível ampliar o interesse do consumidor, que vê a dificuldade de recarregar seus carros diminuída. Mercadologicamente, é interessante, mas, para o meio ambiente a solução, que a princípio parece pequena, é grande o suficiente para ser levada em conta.

A infraestrutura do Brasil ainda não acompanha o mercado aquecido

De acordo com a revista Forbes, o que falta para os carros elétricos invadirem o Brasil é o fato de o país estar refém dos combustíveis fósseis, e não dar passos firmes o suficiente para mudar a situação. Na prática, isso significa que a iniciativa pública desdenha o fato de outros tantos países, como Alemanha, Inglaterra e França. Na contramão, ainda que o valor de veículos elétricos seja muito acima dos movidos a combustíveis fósseis, há uma variedade inédita à disposição do consumidor neste momento.

Por isso, o mercado aquecido faz com que outros tipos de iniciativas estejam em dia com o que o público quer, e há diversas inclusões de pontos de carregamentos distribuídas em todo o Brasil.

A Petrobras e a Shell estão investindo pesado na implantação de pontos de recargas. Pela primeira, a Vibra, distribuidora licenciada, está sendo instalada nos postos da bandeira, e em apenas 20 minutos o usuário consegue carregar 80% de seu carro, de acordo com o tamanho da bateria. O primeiro posto a carregar a bandeira é o da cidade de Roseira, no interior de São Paulo, mas até o final de 2023 serão 70, sendo 50 deles em rodovias, para facilitar a viagem dos donos de carros elétricos.

Investimentos privados estão suplantando os públicos pela urgência

Felizmente, o ótimo exemplo trazido pela Vibra também se estende a outros setores, como é o caso dos próprios condomínios. Neste caso, a parceria é com a startup EZVolt, empresa pioneira no segmento, com mais de 300 carregadores em nove estados do país. Ou seja, representa um quarto de todos os postos instalados até este ano.

Outra empresa que está fazendo toda a diferença é a Shell que, no caso, fez a Raízen sua licenciada para promover espaços de recarga em seus postos, e hoje conta com 35 unidades. Com isso, a rede amplia o atendimento ao público dono de elétricos, e dá mais confiança para que longas viagens sejam realizadas, sobretudo porque, para o elétrico, é preciso ter esse respaldo estrutural para que funcione plenamente.

Como está acontecendo a implantação de postos de carregamento

Com todas as iniciativas ocorrendo neste ano de 2022, é visível como há grande diferença entre o que está sendo feito agora e o que era no início dos tempos de pandemia. Como o interesse pelo veículo elétrico aumentou drasticamente nesses dois anos, o resultado é uma clientela exigente disposta a pagar mais, mas também a manter a qualidade de vida em dia, respeitando as matrizes determinadas para proteger o meio ambiente, desde que não seja prejudicada pelas escolhas mais responsáveis.

Resta ao público, então, ter suas vontades e necessidades acompanhadas. Nos próximos anos, com as mudanças radicais chegando à Europa, os demais países precisarão se adequar aos novos sistemas. Ter um veículo a combustão tradicional custará mais caro, desde que matrizes como a infraestrutura de um país, as taxações pesadas e velhos hábitos sejam mudados.

Os resultados que todos esperam alcançar

A grande questão é: o que o futuro reserva à indústria automobilística brasileira, nessa dualidade que a impede de progredir rapidamente, ainda que seja pioneira nisso em diversos aspectos? Investimentos. De todos os lados. Somente assim os resultados que todos esperam poderão ser alcançados e, com eles, novas formas de pensar e enxergar como o meio ambiente poderá ser preservado.

A esperança é que, ainda em 2022, a meta se cumpra: 3 mil postos instalados em todo o país. Com eles, mais chances de o consumidor olhar com interesse renovado para os veículos elétricos disponíveis no país.

O objetivo, então, é trazer a infraestrutura de países como Noruega, Alemanha e França para o Brasil, cujo tamanho continental pode soar desafiador à primeira vista, mas que claramente proporciona uma série de oportunidades, em suas diferentes regiões. Com isso, a implantação de postos de carregamento de veículos elétricos chega em boa hora para fazer história.