A venda de carros elétricos no Brasil teve uma alta considerável de 2021 para 2022. Nos cinco primeiros meses deste ano, o crescimento foi de 54%, ou seja, foram 16.354 emplacamentos, de acordo com a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos). Isso comprova que o interesse do consumidor brasileiro está definitivamente mudando, e as empresas estão comemorando oferecendo variedade cada vez maior de modelos à venda.
Outro dado relevante da ABVE é que a venda de veículos completamente eletrificados está aumentando, uma vez que a maioria dos carros que saem de fábrica com motorização elétrica é, na verdade, híbrida. Ou seja, se por um lado da história recente dos veículos sustentáveis as vendas estiveram estagnadas pelos impasses físicos e comerciais dos modelos híbridos, por outro a nova geração, que precisa de uma tomada para ser recarregada, está conquistando adeptos de forma expressiva.
A nova geração de veículos elétricos também está conquistando o Brasil
A grande diferença na conta dos cinco primeiros meses de 2022 está na quantidade de lançamentos de modelos elétricos no país. Enquanto o apelo popular não acontece, por conta da falta de estímulos fiscais, as montadoras estão apostando em soluções que já tiveram excelente adesão na Europa, onde grandes mudanças já estão acontecendo.
Não é à toa que, dos dez modelos mais vendidos, sete são provenientes de fábricas europeias. Os outros três vêm de montadoras asiáticas, onde o mercado também está preocupado com as mudanças climáticas provenientes do excesso de queima de combustíveis fósseis.
Com isso, a nova geração de veículos elétricos está conquistando o Brasil porque este é um mercado promissor há décadas, e hoje o público, preocupado com os constantes aumentos da gasolina, do diesel e do etanol, busca novas soluções para conseguir manter a rotina de locomoção. O que, aliás, está acontecendo também às empresas.
Os comerciais leves elétricos oferecem diversos benefícios às empresas
No aumento ocorrido nos cinco primeiros meses de 2022, a venda de veículos comerciais leves elétricos também foi significativa, o que denota a mudança de comportamento em empresas também, as quais precisam realizar entregas que, hoje, são facilmente feitas por modelos que possam ser recarregados ao final de uma viagem.
Quais foram os 10 carros elétricos mais vendidos no Brasil
Os 10 carros elétricos mais vendidos no Brasil foram, definitivamente, um misto do que a Europa está preparando para os próximos anos, e o que a Ásia pode fazer por esse tipo de tecnologia. O ranking ficou da seguinte forma:
1. Volvo XC40 Recharge PE (BEV): 398
2. Volvo C40 P8 Recharge (BEV): 234
3. JAC e-JS1 (BEV): 189
4. BMW Mini Cooper (BEV): 162
5. Fiat 500E Icon (BEV): 146
6. Nissan Leaf Tekna (BEV): 135
7. Porsche Taycan (BEV): 92
8. Renault Zoe NEO (BEV): 62
9. JAC e-JS4 (BEV): 60
10. Citroen e-Jumpy (BEV): 49
Como dito, 7 dentre os 10 carros mais vendidos nos cinco primeiros meses no Brasil são provenientes de marcas europeias, que estão construindo diversas plataformas gigantescas para produzir apenas veículos elétricos, como é o caso da Volvo, que até 2030 quer que todos os seus carros não tenham mais motores à base de combustíveis fósseis. Na lista, a marca sueca ocupa as duas primeiras posições.
A BMW e o grupo Volkswagen, aqui representado pela Porsche, também estão com planos ambiciosos para os próximos anos, inaugurando fábricas gigantescas e garantindo suas respectivas parcelas na produção de modelos 100% elétricos. O mesmo pode ser dito da Fiat e das francesas Renault e Citroen.
Contudo, Nissan e JAC Motors estão trabalhando incansavelmente para se manterem na lista dos mais vendidos, e não apenas no Brasil. A aposta tem tudo a ver com o lado asiático da contribuição à poluição pela emissão de automóveis no continente, mas também com o novo olhar das mesmas marcas pela necessidade de um mundo muito mais ajustado aos novos tempos.
Análise das vendas por tipo de propulsão
Ao analisar as vendas pelo tipo de propulsão do veículo, é possível observar algumas situações. A primeira delas é o contraste que está sendo criado, ainda que de maneira ínfima, entre a venda de veículos elétricos ou eletrificados e os modelos tradicionais. Enquanto o primeiro grupo cresceu 54% em relação ao mesmo período de 2021, o segundo caiu 18%. Nesta equação, porém, é preciso evidenciar o aumento de veículos usados sendo vendidos e revendidos, sobretudo desde que a pandemia de covid-19 começou, no início de 2020.
Por isso, ao criar um cenário sobre as vendas, indicadas apenas pelo período de maio de 2022, os híbridos foram os mais vendidos, com 51,5% da participação total. Em seguida, os híbridos com plug-in, com 32%, seguidos dos completamente elétricos, com 16,5%. Isso demonstra o quanto os veículos elétricos podem mudar a dinâmica do mercado brasileiro, e já estão fazendo isso.