A história dos carros elétricos no mundo

Quem pensa que carro elétrico é coisa recente, está redondamente enganado. Aliás, de redondo nessa história são somente as rodas, pois há relatos e diversas comprovações de que o veículo a bateria é tão antigo quanto o feito para combustíveis fósseis.

Por isso, a história dos carros elétricos no mundo data do final do século XIX, quando o automóvel em si foi inventado. Não há certezas e garantias sobre a patente desse tipo de locomoção ambientalmente responsável, então, é preciso voltar um pouco no tempo.

Tudo começou quando o automóvel foi inventado

Os registros contam que Karl Benz, fundador da Mercedes Benz foi o responsável pela invenção do automóvel, na Alemanha, em 1886. Há outros relatos que apontam outros países europeus, e os Estados Unidos, como detentores desse pontapé.

Seja como for, é fato que o automóvel deu as caras como evolução tecnológica de tudo o que a Revolução Industrial proporcionou ao mundo. Por anos, conviveu (nada) pacificamente com charretes e carroças, mas aos poucos ganhou espaço, já nos primeiros anos do século XX.

O que pouca gente sabe, porém, é que naquela época os veículos elétricos já rodavam pelas ruas da Europa e Estados Unidos também. Aliás, eram preferência de quem podia pagar por eles.

Como o petróleo entra em cena e estraga tudo

Em 1912, um veículo elétrico era vendido por cerca de US$ 1.750, enquanto o correspondente, dotado de motor movido por combustível fóssil, valia US$ 650.

Mesmo assim, com o valor tão discrepante, os veículos elétricos tinham seus fãs, obviamente os abastados de cidades como Nova York, Paris, Londres e Berlim.

Mas, logo após a Primeira Guerra Mundial o mundo voltou seus óleos para o petróleo, e tudo o que podia ser produzido com base nele ganhou espaço notável.

A gasolina, então, entrou no páreo e um gigantesco lobby, feito desde os anos 1920, fez com que os veículos elétricos morressem na praia, sendo esquecidos. Com os Estados Unidos se fortalecendo, e as autoestradas sendo distribuídas por todos os seus estados, o combustível fóssil se tornou rapidamente o preferido.

Após cair em esquecimento, o retorno é promissor

Por décadas, os veículos elétricos fizeram parte da história do automóvel como algo ainda menor que a função de coadjuvante: quase malucas participações especiais em feiras e testes por veículos de imprensa especializados.

Com a escassez de petróleo dando seus primeiros sinais de vida, os diversos salões voltados à indústria automobilística começaram a expor veículos-conceito desde meados dos anos 1980.

Mas foi com a chegada do Toyota Prius, em 1997, primeiro veículo híbrido do mundo. Desta forma, ocorreu o aumento de conscientização ambiental na mesma década que a população mundial começou, enfim, a retomar o antigo hábito de consumo.

No início dos anos 2010, diversas montadoras estabeleceram planos de lançamentos generosos, algo inédito na história do segmento, com projetos de grande porte tanto para veículos quanto para fábricas inteiras.

Será apenas uma tendência ou é necessidade do mercado?

O que seria uma tendência do mercado automobilístico, ou a antiga chacota de projetos espalhafatosos, se transformou na menina dos olhos do setor. Isso significa, em outras palavras, que investir em veículos elétricos é mais do que uma tendência.

Então, se tornou rapidamente uma necessidade de mercado, sobretudo pelas rigorosas leis em benefício do meio ambiente trazidas à tona pela Europa.

Hoje, países discutem leis ainda mais rigorosas contra a tão poluente indústria automobilística, além de haver, nas próprias montadoras, diversos projetos de veículos também híbridos, ou puramente elétricos.

Quais são as promessas para os próximos anos?

Se no Brasil a Gurgel tentou dar todos os sinais de que o futuro estava no carro elétrico, hoje homens como Elon Musk e sua Tesla já não precisam provar mais nada hoje em dia..

Por sua vez, o valor do combustível tem assustado cada vez mais o consumidor, que procura por alternativas para conseguir ter seu próprio veículo.

Vale ressaltar, ainda, que o veículo a combustão só terá seu fim definitivamente decretado após duas grandes vertentes serem resolvidas: a primeira é o fim do petróleo como mandachuva da economia mundial (e de suas guerras), e a segunda é a capacidade energética de cada país para sustentar todas as necessidades dos carros movidos puramente a bateria.

Por isso, mesmo que Tesla, Volkswagen, Ford e a própria Mercedes Benz já tenham anunciado seus planos para a produção inteiramente de veículos elétricos nos próximos 10 ou 20 anos, o caminho econômico para essa viabilidade ainda é grande.

Resta saber, por exemplo, se veículos elétricos manterão a mesma demanda de pouco mais de um século atrás: serão apenas os abastados os sortudos com carros que não poluem ou essa é de fato uma necessidade que será atendida com vias não só econômicas, mas também sociais? Mais uma vez, só o tempo dirá.