Levou mais de 100 anos, mas os carros elétricos finalmente começaram a ser populares. O primeiro modelo elétrico surgiu em 1888, criado por Andreas Flocken na Alemanha. Projetado como uma charrete de quatro rodas, o “carro” tinha um motor de 0,7 kW e uma bateria de 100 quilos, podendo chegar a 15 km/h. Hoje, a tecnologia evoluiu muito e diversos veículos estão disponíveis, com tipos e categorias diferentes. Veja, abaixo, as tecnologias existentes:
MODELO HÍBRIDO (HEV)
Vamos começar pelo veículo elétrico híbrido (HEV, na sigla em inglês), que pode ser abastecido com combustíveis convencionais (álcool, gasolina ou diesel) e pode ser movido a energia a partir de uma bateria. A vantagem desse tipo de carro elétrico é a flexibilidade, uma vez que tem um motor a combustão e outro elétrico.
Com esse conjunto, ele apresenta melhor eficiência no uso do combustível em relação aos carros tradicionais, usando o motor elétrico para complementar a atividade dos pistões movidos a combustão em determinados momentos. Isso acontece quando o carro está em baixas velocidades e as rotações por minuto (RPM) estão menores.
Também há modelos mais inteligentes, que usam mais a energia da bateria para alimentar o carro quando está parado no trânsito. Neste caso, o motor a combustão é desligado e o elétrico mantém o veículo em funcionamento, podendo até dar a partida no carro para começar a andar.
Os carros elétricos do tipo híbrido são menos poluentes que os veículos tradicionais, mas ainda poluem, pois precisam de combustível fóssil para funcionar, a menos que utilizem etanol. Além disso, um HEV não conta com cabo de recarga e recarrega suas baterias a partir da energia cinética gerada pela frenagem regenerativa (kers).
CARRO HÍBRIDO PLUG-IN (PHEV)
Uma evolução do HEV é o veículo elétrico híbrido plug-in (PHEV, na sigla em inglês). Ele ainda mantém dois motores (um a combustão e outro elétrico), mas sai da fábrica com um cabo de recarga para que a bateria seja recarregada na rede elétrica. Isso dá mais autonomia para a operação de um carro PHEV que o modelo híbrido descrito anteriormente.
Por ter essa habilidade de recarga, um PHEV pode até funcionar usando o motor elétrico como o principal, que atua sozinho durante um trajeto. Neste caso, os papéis se invertem e o motor a combustão só vai funcionar quando a energia acabar. Isso vai depender do modelo do carro, que pode ter o modo 100% elétrico e/ou modo híbrido.
Eles ainda contam com a recarga via energia cinética, usando a tecnologia de frenagem regenerativa, além da possibilidade de usar o carro para recarregar.
MAIS MODELOS HÍBRIDOS
Além dos dois já mencionados, há outras variedades de modelos que contam com motor elétrico e a combustão:
MHEV
O “Veículo Híbrido Leve” ou híbrido parcial prioriza o motor a combustão para propulsionar o veículo. O motor elétrico é pequeno e utilizado para auxiliá-lo em situações em que é necessária uma potência extra, como na hora de arrancar, além de manter os sistemas ligados nas desacelerações. Basicamente, ele serve apenas para reduzir o consumo de combustível.
REEV
Já o “Carro Elétrico de Autonomia Prolongada” funciona ao contrário do MHEV. Aqui, o motor elétrico é o principal e o motor a combustão só vai funcionar como gerador de eletricidade e somente quando a carga da bateria estiver muito baixa. A ideia é que o motorista tenha um plano B quando não encontrar uma fonte de recarga, aumentando a autonomia do veículo. É preciso destacar que o motor a combustão não vai movimentar o veículo, ele vai apenas gerar energia para o motor elétrico.
MODELO 100% ELÉTRICO (BEV)
O veículo elétrico a bateria (BEV, na sigla em inglês) é movido totalmente por energia e não conta com um motor a combustão. Assim, como no híbrido plug-in, o BEV tem um carregador para ser ligado à rede elétrica para recarregamento (seja por uma tomada ou por uma fonte específica para carros elétricos). A bateria também pode ser recarregada pela energia gerada na frenagem regenerativa.
A desvantagem desse modelo é sua autonomia, que varia de veículo para veículo. A maioria tem autonomia de 100 a 160 quilômetros de rodagem, o que deve ser o suficiente para o dia a dia, mas um problema para viagens. Há modelos que, com uma única carga, conseguem chegar a 420 quilômetros de autonomia.
Eles podem ser recarregados nas residências, usando uma tomada de 220 V. O tempo de recarga varia de acordo com a capacidade da bateria, mas deve levar em torno de quatro a oito horas para carregamento total. Já existem estações de recarregamento ultrarrápidas, capazes de recarregar estes veículos em minutos e, normalmente, ficam dispostas em rodovias para permitir viagens.
O funcionamento do motor de um BEV não é muito diferente de um carro híbrido. Ele também conta com as funções de desligamento automático em paradas, enquanto seu torque é instantâneo e não depende do número de rotações por minuto, como no caso de motores a combustão.
MODELO ELÉTRICO COM CÉLULA DE HIDROGÊNIO (FCEV)
O veículo elétrico a célula de combustível (FCEV, na sigla em inglês) é um modelo que utiliza o gás hidrogênio como principal fonte de combustível. Este tipo de carro não tem um motor a combustão e o hidrogênio (fornecido de forma líquida e pressurizada junto com oxigênio, processo chamado de eletrólise) é usado para gerar a energia diretamente para o motor elétrico.
A principal vantagem dele é não precisar de um grande conjunto de baterias para funcionar. Isso diminui o peso do carro e permite uma maior autonomia para o veículo. No entanto, o FCEV conta com um tanque que precisa ser abastecido com o hidrogênio, fonte renovável e não poluente.
O processo de reabastecimento é similar ao de um carro movido a combustível fóssil, levando em torno de 10 minutos para encher completamente (carros elétricos convencionais podem levar horas para carregar suas baterias na rede elétrica). Só é necessário encontrar um posto de combustível que forneça o hidrogênio, o que deve ser o principal desafio no Brasil. Não há levantamento sobre o número de postos com o combustível sendo vendido.
Os FCEV ainda conservam semelhanças de funcionamento com os carros híbridos e totalmente elétricos, como o desligamento automático do motor quando parados e o uso da frenagem regenerativa para recarregar a bateria – que aqui é usada como nos carros a combustão, para gerar energia à parte auxiliar do veículo (luzes, som, etc.).
Fonte: Além da Energia
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