A história do carro elétrico

Conhecer um carro elétrico de 2022 é um encanto: os novos designs, a forma com a qual a tecnologia foi trabalhada, o jeito como as marcas estão trabalhando cada modelo. Tudo é feito com primor, e o meio ambiente agradece a predileção cada vez maior por parte do consumidor. Mas, nem sempre foi assim.

Em 1890, um químico chamado William Morrison, que se dedicava aos estudos sobre armazenamento de energia em baterias, desenvolveu um tipo de comboio, que mais se parecia com um vagão, cuja movimentação era eletrificada em decorrência da evolução de seus estudos. Com capacidade para seis pessoas, e velocidade máxima de 14 km/h, esse é considerado o primeiro modelo elétrico do mercado.

Porém, se a história ganhar um olhar um pouco mais antigo, por volta de 1800 alguns inventores da Hungria, da Holanda e dos Estados Unidos já iniciavam alguns estudos sobre um veículo movido a bateria. O que eles não sabiam, porém, é que o mundo dá mesmo muitas voltas, e a tecnologia ganharia novas formas de alcançar os resultados pretendidos.

O novo favorito da mobilidade urbana

Hoje, o carro elétrico é o novo favorito da mobilidade urbana, cuja palavra-chave é, agora, eletromobilidade. Ou seja, o mundo está mudando sua forma de pensar e de desenvolver novos produtos, o que resulta em estudos cada vez mais avançados e, em consequência, em tecnologias de excelente alcance.

Mas isso só é possível porque o carro elétrico se tornou objeto de estudo. Ou seja, passou a protagonizar uma série de escolhas da indústria automobilística, com a pressão para o encerramento de toda a produção de carros movidos a motores a combustão até meados de 2035.

Então, estudar a origem do carro elétrico é saber como ele foi parar no que é hoje, e como ele poderia ter sido usado como principal meio de locomoção há muitas décadas, se não fosse por um homem chamado Henry Ford.

Ford T e seu papel contra o carro elétrico

Quando o Ford T começou a ser fabricado, em 1914, o criador da marca, Henry Ford, deu preferência ao famoso modelo, o qual entrou em uma sequência assombrosa para a época, com milhares de unidades vendidas. Em detrimento disso, o modelo elétrico da marca também havia iniciado sua fabricação no mesmo ano, mas, a diferença entre valores (e custos) era gritante: o Ford T custava US$650, e o elétrico subia para US$1.750.

Os próximos anos seriam ainda mais cruéis para os carros elétricos, que acabariam sumindo no início dos anos 1930, e só retornariam ao cenário após a Segunda Guerra Mundial, quando a Tokio Eletric Cars desenvolveu o Tama, com autonomia de 65 km – a marca acabaria sendo comprada pela Nissan, anos mais tarde).

Estrangulado pelo Ford T, o conceito de carro elétrico não ganhou adeptos, enquanto o capitalismo provava seu valor para alcançar mais e mais consumidores.

A retomada dos elétricos depois de décadas

Há muitos testes, conceitos e modelos tímidos que ganharam as ruas nas décadas seguintes, com tecnologias sendo estudadas com o que havia à disposição até então. Desde os anos 1940, então, houve diversos modelos que chegaram às ruas, sobretudo nos anos 1970, com a grande crise do petróleo.

Mas foram os anos 1990 que mudaram o cenário, quando iniciativa como o acordo ambiental Veículos Emissão Zero da Califórnia, nos Estados Unidos, estimulou a mudança de leis, tornando-as mais severas a quem ainda poluísse o meio ambiente.

Foi nessa época que as fabricantes começaram a desenvolver modelos muito mais interessantes, como o Toyota Prius. Poucos anos depois, surgiu a famosa Tesla.

Os esportivos viraram a cabeça do consumidor

Tesla começa a mudar o cenário global

Em 2003, a Tesla começou a dar seus primeiros passos no desenvolvimento de seu próprio veículo elétrico. O objetivo, desde o início, não era apenas combater a emissão de gases tóxicos, prejudiciais ao meio ambiente e condenatórios há décadas, mas também acabar com a indústria petrolífera, que domina e controla a indústria automobilística e determina, ano após ano, como coagir as mudanças mercadológicas a seu favor.

Em homenagem a Nikola Tesla, inventor sérvio, Martin Eberhard e Marc Tarpenning fundaram a marca que, pouco tempo depois, seria adquirida por Elon Musk. O empenho do empresário foi tanto que, em 2015 lançou o elétrico Model X, com autonomia de 474 quilômetros. Ou seja, o cenário mudou vertiginosamente desde então.

O futuro começa agora

Hoje, marcas como Volkswagen, Volvo, BMW e General Motors estão completamente empenhadas em mudar todos os carros em fabricação para versões 100% elétricas, ou apenas lançar novos modelos para alcançar o público que, hoje, enxerga os automóveis eletrificados como opções de compras muito mais interessantes.

Não é para menos. Hoje, há esportivos, picapes, bicicletas, motos, caminhões e uma infinidade de outros modelos e tipos de veículos elétricos, para todos os bolsos, gostos e necessidades. Pois o mundo mudou muito desde 1890, e não há mais um Henry Ford que opte pela linha de montagem e só.